quinta-feira, 6 de junho de 2013

Este texto fala sobre a importância da leitura e escrita e suas implicações no âmbito escolar e apresenta o Blog "Trocando Experiências" cursoport.blogspot.com.br, por Dalva Bergamin Arrosti

                                              
A aptidão para ler e produzir textos com proficiência é o mais significativo indicador de bom desempenho linguístico. Apresentar competência leitora implica ser capaz de apreender os significados inscritos no interior de um texto e de correlacionar significados com o conhecimento de mundo que circula no meio social em que o texto é produzido. Produzir bom texto implica a capacidade de, por meio dele, atingir o resultado que se tem em mente.
A importância dessa dupla habilidade (leitora e escritora) é indiscutível: no âmbito da escola, é o seu caráter interdisciplinar o traço de maior relevo, já que interfere de forma decisiva no aprendizado de todas as demais matérias do currículo; no âmbito da vida extra-escolar, constitui uma condição indispensável para o exercício da cidadania, na medida em que torna o indivíduo capaz de compreender o significado das vozes que se manifestam no debate social e de pronunciar-se com sua própria voz.
Não podemos, atualmente, ignorar o fato de que qualquer aluno dispõe de uma quantidade muito expressiva de informações sobre quase todos os domínios do conhecimento; o que ele não sabe é priorizá-las ou hierarquizá-las ou, ainda, estabelecer correlações entre elas, de modo a utilizá-las apropriadamente como recursos argumentativos para sustentar suas teses. É no interior dos textos que tais articulações se realizam. Daí a conclusão de que é nos textos e pelos textos que o aluno vai adquirir a competência de operar criativamente com os conhecimentos armazenados, um tipo de saber cada vez mais raro na contemporaneidade e que precisa ser recuperado.
Muito já se discutiu sobre a responsabilidade pelo ensino da leitura e produção de textos. De fato, não é só do professor de Língua Portuguesa mas é, sem sombra de dúvida, seu compromisso prioritário. Então, mãos à obra!

                                                                                                    

Olá, sou professora da rede pública há 21 anos, casada há 31 e tenho dois filhos maravilhosos. Exerço 2 cargos na mesma escola (Português há 21 e Inglês há 13 anos). Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio - Português e Inglês. Tenho predileção pelo EM e sou apaixonada por leitura e escrita e literatura; estou sempre tentando inovar nessas práticas. Também sou pós-graduada em Psicopedagogia. Já fiz alguns cursos online. Penso que conhecimento não ocupa lugar na vida das pessoas, por isso vivo em busca e espero compartilhar essa busca de forma prazerosa com todos vocês. Alguns colegas de trabalho e amigos sempre dizem não saber onde encontro forças para tanto. Respondo que, além de gostar de fazer mil coisas ao mesmo tempo, Deus não cessa de colocar boas oportunidades em meu caminho. Acredito ser essa mais uma delas. Abraços.

Minhas primeiras experiências com a leitura e escrita

  Minha história "de amor" com a leitura e escrita não difere muito daquelas de quem viveu na fazenda o período da infância e parte da adolescência. Meu primeiro contato com a literatura foi muito antes de aprender a ler e a escrever. Meus avós italianos tinham uma pequena biblioteca em casa (livros que trouxeram da Itália, alguns em latim) e, meu avô contava as histórias dos livros para nós; eu e meus irmãos. Eu era sempre a mais interessada, tanto que repetia as histórias ouvidas, às vezes até folheava os livros acompanhando as linhas da escrita com o dedinho, como se estivesse lendo. Minha avó, que nos fazia dormir toda noite, também nos contava histórias.
     Como morávamos na fazenda, as famílias reuniam-se à noite no terreiro de secagem do café para conversar e aí acontecia as "rodas de causos". Lembro-me que a roda começava bem grande e ia encolhendo porque sempre havia contos estranhos, de assombrações, de terror, que eles diziam serem verídicos; o medo nos aproximava e, não raro, íamos parar no colo dos avós ou dos pais. Vivíamos todos na mesma casa: avós, pais e filhos, sem conflitos de gerações que não pudessem ser resolvidos sem violência, porque aprendíamos a respeitar e admirar os mais velhos, a quem julgávamos sábios.
     Na 3ª. série, ganhei um livro do meu professor Hélio, que tenho até hoje numa caixa de relíquias da infância, lembro-me do nome do livro "O Manto Mágico" e da história, mas não do autor. Meus filhos puderam admirar esse livro e o valorizaram muito, então, repeti essa experiência, presenteando-os com livros. Assim como o pintor Newton Mesquita, cujo filho tem o nome Pedro por causa do Pedrinho do Sítio do Pica-pau Amarelo, os meus são: Lucas por causa de uma novela radiofônica que ouvia com meus avós aos 9 anos mais ou menos por ter me apaixonado pelo médico da história, depois descobri que a personagem era o Evangelista Lucano- Lucas, mas só o ano passado consegui ler o livro Médico de Homens e de Almas, de Taylor Caldwell, que conta a história de São Lucas, a mesma personagem da novela de rádio de outrora e Otávio Augusto, influenciada também por muita leitura sobre o Império Romano.
     Hoje, apesar de fazer muita propaganda sobre a importância da leitura e da escrita e já ter desenvolvido um projeto com "a roda de causos"- histórias que a família conta que culminou na produção de um livro com  crianças de 6º. ano, a receptividade já não é a mesma. Penso que está faltando essas histórias lidas e/ou contadas e recontadas na infância, para que haja um bom resultado ou maior interesse na escola; não podemos pedir para as nossas crianças e/ou adolescentes o que não têm porque não receberam. Ultimamente, resolvi voltar ao passado da literatura e o livro voltou às minhas aulas em forma de "folhetim", um capítulo por dia.

     Nas aulas de Literatura, com os mais velhos, faço propaganda mesmo: dos contos e obras do Machado, da genialidade do poeta Fernando Pessoa, atualizando Gil Vicente e tantos outros. Enfim, mostrando a  eles que os autores foram pessoas que viveram como nós; até me empolguei ouvindo o depoimento de Clair Feliz Regina, que está se dedicando à poesia aos oitenta anos, também sou autora mas não boto muita fé nas minhas criações. Quem sabe quando me aposentar, com a displicência ou "loucura" da terceira idade...

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